terça-feira, 14 de julho de 2009

Marguerite Duras


Nesta noite, li, numa tacada só o delicioso livro "O Homem sentado no corredor/ A doença da Morte" da escritora, que adoro, Marguerite Duras. Já havia lido o excelente "O Amante" que foi adaptado para o cinema em 1991, por Jean Annaud(fantástica adaptação, aliás), e "A Dor". Duras é sempre profunda, vai fundo na dor, suas mulheres- muitas vezes ela mesma é a protagonista de suas histórias-, sofrem, amam, tudo parece carnal, deixa memórias, cicatrizes no corpo e não só na mente. Vale aqui lembrar que ela roterizou um dos filmes que mais amo "Hiroshima Mon Amour", de Alan Resnais. Suas mulheres perpassam a Segunda Guerra, a do Ópio,etc e a história da humanidade é assim vivida por estas concomitantemente às suas histórias de amor, sexo, paixão. Ontem dormi feliz. Duras como ninguem, as duas pequenas novelas retrata a natureza profunda das relações amorosas, a paixão, o amor, Eros e Tanatos, o Amor-ódio e vai mais fundo:o erotismo, o tesão, o gozo. Sua escritura é moderna como a de ninguém. Vão aqui pequenos e maravilhosos trechos: "Através da finura da pele que a recobre estende-se a trama escura do sangue.....Bem depressa você desiste, você já não a procura,nem na cidade, nem na noite, nem no dia. Assim, no entanto, você pode viver este amor do único jeito que lhe é possível, perdendo-o antes que ele acontecesse.....Sempre acho que nada substitui a leitura de um texto, que nada substitui falta de memória do texto, nada, nenhuma ação". Boa leitura!