quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

One Art

One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

---Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

-- Elizabeth Bishop

terça-feira, 4 de maio de 2010

Whatever Works

A vida tem caminhando sem grandes conturbações;depois de um ano passado muito difícil e cheio de perdas... mas ainda bem que ela é feita de ganhos também.Ao mesmo tempo que não há grandes e surpreendentes eventos também não tem havido grandes tombos e estabaquices.....estou numa fase mais que mergulhada no trabalho. Dedicação total e quase exclusiva aos meus alunos; alguns novos e muito queridos....de forma geral me dedicado ao mundo da arte. E quer saber? Tenho achado mais que gratificante. As pessoas nos surpreendem com atitudes deliciosas e cada vez mais percebo que a amizade é o que há de bom nesta vida. A volúpia é deliciosa...mas trás ansiedade, angustia, sede de mais querer e uma inquietude que chega a coçar.
Não estou num tempo pra me dedicar ao outro. Cansei de querer compartilhar e dividir. Não dão valor mesmo!
Aprendi a ser egoísta. Viver pra mim, me deliciar com os pequenos e frugais prazeres da vida. Ficar até o fim da tarde sentindo o sol outonal batendo na minha pele, enquanto leio meus livritos e delicio-me observando a humanidade não tem preço!
Ando até meio misantropa. Sem vontade de sair muito e de ver a cara das pessoas. Vi o ultimo filme de Woody Allen "Whatever works" e me identifiquei com seu personagem alter -ego. A humanidade, e o ser humano em especial, tem me cansado, a bobeira humana; a grandiloquencia e a futilidade não são pro meu bico. Alguns comportamentos humanos tem me dado atê ânsia. Tenho preferido longos passeios com meu cão, que sempre me é fiel.
Ando com tédio do ser humano. Claro, é uma fase, uma fase que ando embutida em minha concha-escafandro.
Mergulho em meu mundo próprio, tal como uma ALice que caiu no poço e por esse se deixa sugar.
Espero que esta fase introspectiva seja proveitosa e faça-me crescer mais e mais e aprender a caminhar e descobrir caminhos novos. Sempre deixando para trás minha velha pele, buscando me renovar com a leitura da autobiografia de Bünuel, o romance de Vila Matas, os muitos filmes no cinema, e alguns poucos e queridos amigos.
E viva a fase casulo!!
E como já disse Woody Allen, qualquer coisa que funcione vale a pena,

Então por hoje é só, e cabeça erguida e adiante!


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"São os canhões ou é meu coração que bate?"


Ando com uma preguiça monstruosa de escrever desde há tempos,,,eu diria, desde o ano passado....ví muitas coisas que me empolgaram, lí outras.....aliás, recomendo a excelente biografia de Clarice Lispector escrita pelo americano Benjamin Moser....tem quase 600 páginas, mas de tão bem escrita, eu a comi em pouco mais de um mês....ele conseguiu a tamanha sedução tal como a de sua biografada e não conseguia desgrudar-me da leitura.....levava o livro para lá e para cá.
No cinema vi ótimo filmes, o último deles foi o excelente "A Serious Man" do irmãos Cohen, ainda mais tratando-se de temáticas relativas ao universo judaico...me esbagacei de rir, tem ótimas passagens, e um quê se Woody Allen.
O intelecto anda bem, bons livros, ótimo filmes, revi o também ótimo "Casablanca", de onde extraí a já clássica frase do título deste texto . Em dezembro, conheci Brasília em ótima companhia, fiz amigos, e pude entender o que foi a construção desta cidade utópica. Muito engraçado você se deslocar numa cidade geométrica, padronizada e encontrei no livro de Clarice refexões sobre esta peculiar cidade "Brasília é assexuada, o primeiro instante de ver é como certo instante de embriaguez: os pés que não tocam a terra. Brasília fica a beira, é a paisagem da insônia. " Lá encontrei pessoas interessantíssimas, aliás, mulheres, como tem homem bonito e interessante por lá! Joguem-se, hahahahah
Também explorei outros territórios, sem tantos deslocamentos físicos, mas enfim,foi muito bom!

Nunca gostei e ainda não consigo gostar das festas de fim de ano e esse começo 'embassado' que custa a começar....agora estou começando a melhorar de meu desânimo de fim / começo de ano. Descobri que a ociosidade por demais me oprime e deprime. Ó Deus, meu instinto de trabalhadora nunca adormece! Rsrsrs. O coração andou bem conturbado, a perda de meu pai e otras cositas más.......depois melhorou e não posso me queixar, tive um final de ano bem agitadinho...... E descobri que devemos nos ater a algo muito importante: O DESAPEGO. Ambíguo e confuso? Não, cé la vie! A nova forma de ser feliz é desapegar-se.... ainda não sei recomendar esta 'receita' mas estou vivendo e recomendo a experiência;mesmo porque sempre descobrimos depois que nos pegávamos à coisas que superestimavamos....é sempre bom desmistificá-las e perceber que elas sempre valem menos do que originalmente a gente cria que valiam...
Bom, é isso, que venha 2010 espero que com boas "odisséias espaciais" ! Prometo me dedicar mais a escrita, pois como para Clarice, ela também me salva!