Neste final de semana tive a oportunidade de ver o ótimo “Da vida das Marionetes” de Ingmar Bergman. Trata-se de um filme dos anos 80 em que questões básicas do ser humano são colocadas em questão. Como em seu fantástico “Sétimo Selo” em que o homem joga xadrez com a morte, este de 1956, aqui esta também se faz muito presente, tal como uma personagem.
Em “Marionetes” um casal em crise é
Eros e Tanatos, mais uma vez. A atração que temos pela morte. Matamos aquilo que amamos? Ele pensa em matá-la, mas não consegue, acaba por matar uma prostituta; tomando outra pelo objeto de seu amor/ ódio. A catarse realiza-se na morte não deo objeto amado mas de seu espelhamento invertido na sociedade; na puta que não é a mulher ‘pura’.
Katarina tem um amigo gay- TIM, este afirma que fidelidade não existe; se diz “viciado em intimidade, mas o que é a intimidade? É sempre a mesma coisa, o corpo se torna um obstáculo. Depois a alma.
Logo se esta numa confusão de sentimentos, fantasias e acordos.” Ele se olha no espelho e fala do envelhecimento, das rugas, das marcas da vida. Diz “que não entende a preocupação do ser humano com o tempo, porque alguns especialistas dizem que o tempo não existe.Você se transforma nisso. Toda discussão sobre intimidade é um sonho. Brutalidade e obscenidade. Prazer, sexualidade, horror e obscenidade. Ele precisa disso para viver.” Mas será que só ele, na sua condição homossexual ou todos nós também?? “Alguém me matará, mas isto é um pensamento excitante. Há certos poderes que não consigo controlar...Talvez seja este o paradigma entre a morte e a vida. A dor e o prazer,
Ao fim do filme quando Peter comete o assassinato da prostituta e vai preso, uma voz em off diz: “Só possuímos e temos controle daqueles que matamos....só aquele que se mata tem controle sobre si próprio.”
É isto a vida, pulsão e prazer pela morte também?? Somos então apenas marionetes nas mãos de algo maior ; repetimos padrões, “patterns” comportamentais que oscilam do prazer pela dor e da dor pelo prazer?
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