sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Conto do Amor


Nestes dias devorei rapidamente o romance de Contardo Calligaris "O Conto do Amor". Muito bom, trata-se de um mea culpa com seu pai, na ocasião em que este falece; uma história de amor do passado deste na Itália de Segunda Guerra Mundial; afrescos, capelas renascentistas e , claro, história da arte, minha paixão. Recomendo a leitura saborosíssima deste!
Vale também a dica do Kunsthistorisches Institut, em Florença, local central no livro; e aqui vai o link dele:
http://www.khi.fi.it/en/index.html
Nada como um romance que aborda o romance, o amor e a arte, ambos tratados nos mesmos patamares. Os pentimentos, as caiações que os amores deixam em nós, sendo nós estes afrescos em que camadas se depositam, sobrepõem-se, revelam, apagam, diluem....
Vai aqui uma passagem do livro: "Na verdade, é assim que eu sou, parecido com este horror barroco, complicado sem necessidade, pomposo, falsamente elegante e, sobretudo,atormentado. É um tipo de arquitetura que evoca mais Roma que Florença-a Roma papal barroca, a Roma da Contra-Reforma, feita de desejos inconfessáveis, repetidos compulsivamente, culpados e por isso mesmo praticados até a náusea. É a Roma dos bastidores de um poder que goza sem limites e com um falso pudor-que é a pior maneira de gozar.Se a Cappella dei Principi é a Roma barroca, a Sacrestia Vecchia, a de Brunelleschi, é a Florença. A Florença da Renascença. Não é nenhum paraíso; o pessoal também se odeia e se mata, se for preciso, mas vive na luz. Queria lhe dizer que eu venho de Roma e que você é a minha Florença..."
Obrigada Calligaris! E aos amigos: ótima leitura!

Um comentário:

Anônimo disse...

Dan o blog ta lindo e bem... Eu fico muito feliz em ver tu usando seu enorme conhecimento e talento, perder o medo e dar sua abalizada opinião sobre os assuntos pertinentes a artes, comportamento e tudo mais. Ta preciso o texto. Informativo, fluente e incisivo. Parabéns minha linda!

beijones